segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Like a tumbleweed




















"Aqui embaixo, na terra escura. Antes de irmos todos para o céu"
Jack Kerouac, em Viajante Solitário

* Escrito em 14/06/07

Citei num texto anterior as tumbleweeds, aquelas moitas secas que se desprendem das raízes no outono e se deslocam, rolando ao sabor do vento. São arbustos da família das quenopodiáceas, de origem em terras áridas e muito conhecidas por apreciadores dos filmes do “velho oeste”.

Significado dicionaresco, esse! Melhor ir em busca de outros, mais substanciais. O que são as tumbleweeds, senão um símbolo de absoluto desprendimento? Elas soltam-se, sabiamente, das raízes que as prendem. Rolam, aparentemente sem destino certo, o que é uma ilusão. Na verdade, o vento as está levando a grandes distâncias, mas sempre em um único rumo: a liberdade. E a jornada tem uma função extra. Enquanto rolam, elas espalham suas sementes pelo caminho.


Essas moitas são primorosamente redondas. Portanto, sem quinas ou arestas. São leves, sem o peso de uma vida presa ao mesmo chão. E representam o oeste, onde o moderno, embora derive do antigo, sempre dá a ele uma nova configuração.


A história dessas plantas livres, sem raízes ou donos, causa certa fixação. São secas, mas nem por isso, pouco vistosas. Algumas chegam a medir mais de dois metros de diâmetro. Sabem, como ninguém, como se compor – e recompor – sem deixar pontas soltas ou fiapos pendurados.
Crescem em ambientes considerados hostis, mas não sofrem os efeitos cáusticos que, salvo engano, também podem ser encontrados em cenários supostamente verdes e aconchegantes.

O melhor dessas moitas é que se deixam levar sem questionamentos. É certo que obedecem à vontade do vento, mas quem não gostaria de ser livre a esse ponto? Por dentro, são praticamente ocas, mas tratam de se preencher a si mesmas, sem se apossar de nada das outras plantas.
Se esbarram num obstáculo esperam, tranqüila e pacientemente, que o destino as provenha de uma força propulsora maior que desimpeça o caminho para continuar a jornada.

As tumbleweeds não desistem. Não perdem o equilíbrio. Não xingam, nem se lamentam. Não blasfemam. Apenas vivem. E são o que são...

Harmônica











* Escrito em 30/05/07

O silêncio naquele apartamento era sufocante. Embora fosse noite de sexta-feira, quase sábado, desde que desistira daquela batalha emocional, caíra num tédio que parecia irremediável. Mas esta noite precisava respirar.

Decidiu dar uma volta. Por ali mesmo, naquele bairro do centro, onde morava. As ruas eram estreitas, escuras. Os bares, tão decadentes quanto as prostitutas que insistiam em buscar freguesia.
No passado, costumava compará-lo ao Bairro Vermelho, em Amsterdã. Hoje, porém, a comparação era totalmente absurda. Aquela pequena cidade à beira do mar tornara-se insuportável.

Precisava atrair o sono. Relevou o cenário que se formara na sua cabeça. Pegou o casaco e saiu. Um gole, alguns cigarros e uma caminhada fariam o serviço. No primeiro boteco, uma briga de bêbados o surpreendeu à entrada. Recuou. Mais uns passos e encontrou um lugar tão velho e sujo quanto o anterior, mas tranqüilo.

Sentou-se ao balcão e pediu um conhaque.
Refletia novamente como tudo havia chegado àquele ponto. Balançou a cabeça para afastar a idéia. Não iria mais pensar nisso. Desde que, finalmente, descobrira seu coração novamente vazio, desistiu de pensar no assunto. Situação absurda, surreal.

Aquele bar o oprimia. Escuro, cheirando a uma mistura de álcool, fumo e mofo. Pagou e saiu. Acendeu um cigarro, debruçou-se sobre a amurada da ponte que ligava as duas ilhas. Queria esvaziar a cabeça de qualquer pensamento. Mas se pensava nisso, já a estava preenchendo do desejo de não-pensar.


Reparou que há algum tempo não sorria.
Àquela hora, não havia ruído. Bem diferente do tráfego do dia, da multidão anônima nas calçadas. A hora era calma, silêncio de morte.

Foi então que ouviu algo parecido com o som de uma harmônica. Olhou para os lados. Ninguém. No final da ponte, na calçada oposta, apenas um amontoado de sacos. Fixou a vista. Era uma pessoa. Parecia um dos muitos mendigos que acampavam por ali.


Aproximou-se lentamente. O som crescia. Sim, conhecia aquela melodia, um blues, com o qual se habituara há muito, desde que havia começado a tocar em casas noturnas da região. Mas não conseguia identificar a música.


A surpresa era quem o executava agora. Barbas brancas, cabelo ralo e desgrenhado sob um chapéu de feltro amarfanhado e sujo. Quase tão sujo quanto suas calças e casaco desbotados. Ao lado, o que pareciam ser seus pertences: uma velha mochila e um saco de tecido.


O velho percebeu sua aproximação e parou de tocar. Instintivamente, pediu que continuasse. Conhecia aquilo, não lembrava de onde. Ele atendeu, retomou a música, sem pressa e com estranha delicadeza. Sentou-se ao seu lado, ignorando a sujeira da calçada. O rio passava calmo, lá embaixo.


- O senhor é músico?


- Fui. Um dia. Essa gaita é o que me sobrou...

- Com tanto talento, por que vive nas ruas?


- É da vida. A gente não espera, mas acontece.

Observou-lhe as feições maltratadas, mas que, de certa forma, denotavam um ar de liberdade.


- Toca bem.


- Aprendi cedo, era meio de vida. Como se vê, não é mais.


O homem lhe inspirava confiança. Explicou-lhe que também ganhava a vida como músico. Pensou em se lamentar do dinheiro curto, dos dias trocados pelas noites. Não valia a pena, diante da situação do seu inesperado amigo. Menos ainda falar daquele vazio que sentia. Sensação de tempo perdido.
Para sua surpresa, o velho pareceu notar.

- A escuridão só se transforma em luz se houver emoção, meu jovem.

- Desculpe, não entendi...


- Um homem só pode pensar e agir se houver amor. Sem ele, vira estátua.


- Por que me diz isso?


- É o que vejo. Uma expressão de descrédito. Alguma coisa foi mal, recentemente...


- Foi. Está superada.


- Pois é preciso preencher o vaso vazio... Mas jamais conseguirá sem destampá-lo.


Cada vez mais surpreso, perguntou-lhe, num impulso, o que deveria fazer.


- Sou um andarilho, um mendigo. Não um conselheiro. Procure você mesmo. O que posso dizer é que o que temos dentro de nós é o essencial para atingir a felicidade.


- Parece possível, então, viver sem o amor de alguém...


- Não se pode exigir que alguém nos ame. Dê boas razões para que alguém se aproxime e tenha paciência que a vida faça o resto.


- Onde já ouvi isso?


- Dizem que foi William Shakespeare - disse-lhe o veho, que sorriu e levantou-se - mas quem tem certeza?


Apanhou suas coisas, pendurou-as às costas e começou a caminhar.
A certa distância, ele voltou a ouvir a gaita. Enfim, reconheceu a música. Era Smile!

Observou-o ir, enquanto o som se dissolvia ao longe, ao tempo em que aquele homem velho se misturava às sombras da noite.

Moitas ao vento
















* Escrito em 13/05/07

Dia sem graça! Vontade danada de escrever, e não sai nada astral. Mas não deixo a cabeça guiar a pena. Mais proveitoso é comandá-la com o coração. É dele, afinal, a função ingrata de processar o que de negativo se recebe na vida.

Você não precisa concordar, claro. Vai perguntar: e o que vem de positivo? Cabe lá, sim. Mas uma over de negativismo, tipo caranguejo na panela, puxando pra baixo o outro infeliz que tenta se salvar, convenhamos, não é mole.
Tem gente que age assim e, na cara dura, se declara “leve, criativo e feliz”. Leve porque jogou o peso do ego em cima de nós!

Mas gente assim também não encontra muito cafuné por essas bandas. Pegou pesado, leva de volta e ainda paga o frete, como diria seu Lunga, o mestre. Lei da ação e reação. Não aquela do karma, mas a de Newton: "Se A aplica uma força sobre B, recebe de volta uma força de igual intensidade".

Na terra da minha mãe, tem uma forma engraçada de classificar gente chata: “fulano é pior que mel de abelha com farinha”. Tem mistura mais enjoativa? Chiclete na sola do pé ou ressaca com gosto de cabo de guarda-chuva. Mas essa tem remédio. Bebe água, muita! Poço é o que não falta! Rá!


Falar em água, é muita chuva lá fora. Dia frio e chato. Mesmo de folga. Vem uns amigos aqui em casa mais tarde. Quem sabe a coisa melhora? Por enquanto, a biografia de Kerouac segura a onda. Estilo de palavras que parecem soltas ao vento. Mas só parecem. Lê com atenção e você vai se surpreender com a lição de simplicidade. Soltas, mesmo, só as tumbleweeds descritas pelo andarilho ao longo da estrada para o oeste. Quer saber o que são tumbleweeds? Olha no pai-dos-burros eletrônico.


Aliás, Kerouac pode até nem ter lido Schopenhauer. Mas que eles têm semelhanças, isso têm. Nunca vi dois escritores de vidas tão distintas falarem com tanta propriedade sobre o “gênero” humano e suas idiossincrasias.


A gente vai crescendo – por fora e por dentro, quando tem sorte – e vai tomando partido. Tem que tomar. Só existem dois: o dos que se adaptam ao sistema e o dos que se recusam a dar o braço a torcer. Esses, são taxados de rebeldes, ou excêntricos, quando têm mais sorte. Mas para a maioria, são chatos e metidos mesmo.


Pior é quando os adjetivos partem de quem se acha o supra-sumo da vida. Gente que não consegue enxergar o próprio umbigo porque não tira os olhos do furo abdominal alheio. Se liga, cara! Se o próximo te incomoda, passa para o próximo do próximo...


Hoje ficou difícil mesmo. Dia chato. Mas a vida vai se acertando mesmo debaixo de chuva grossa, relâmpagos e trovões. E de um exercício literário – e isso é literatura, seu Carrero? – que termina num tom de desabafo: pra encher lingüiça, blog e a paciência alheia.
Mas se você chegou até aqui, valeu a pena a enrolação. Posso dormir feliz.

Licantropia
















ou Sobre mulheres e lobos


* Escrito em 16/05/07

Esse é um tema deveras interessante, e, vez por outra, tenho ouvido - ou experimentado - algo a respeito. A mais recente conversa, travada, numa mesa de bar, versou sobre mulheres que porventura pareçam sofrer dessa síndrome. Um amigo tem certeza, inclusive, que casou com uma dessas, tamanhos são os surtos da moça. Prometi-lhe, então, postar algo sobre o assunto.

Uma tênue linha separa os conceitos folclórico e clínico desse tipo de distúrbio. A palavra vem do grego "lycos" (lobo) e "Anthropos" (homem), o que leva à associação imediata com o lendário bicho comedor de carne humana. Mas o problema é bem mais sério do que se pensa.

Enquanto na cultura popular a licantropia se limita à crença de que, durante a Lua cheia, algumas pessoas podem assumir uma personalidade animalesca, tornando-se agressivos (alguns, em nível assustador, acreditem), para a ciência, esse mal é bem mais pragmático.
Trata-se de um profundo distúrbio psiquiátrico que provoca um transtorno do senso de identidade. A licantropia atua, principalmente, sobre distúrbios afetivos e sobre pessoas esquizofrênicas.

Para estudiosos, a síndrome pode ser interpretada como uma tentativa de exprimir emoções suprimidas, especialmente de ordem agressiva ou sexual, muitas vezes por meio de uma reação dos instintos animais, ou mesmo assumindo uma identificação com um animal em particular.


O fato é que, no lado científico, a licantropia não depende da Lua cheia. Ou seja: quem sofre do mal, pode surtar em qualquer das fases lunares. E a crise, na maioria das vezes, precisa de medicação forte para ser controlada.

O problema é que a maioria das pessoas que sofre de licantropia sequer conhece a síndrome do lobisomem. E aí, pior para quem estiver por perto.

A rebelião das ideias














* Escrito em 12/09/07

Um questionamento noturno, assim, de assalto: afinal, por que escrever? Há algo na ordem do dia que demande o esforço de empunhar uma pena sobre o papel? Ou há, sequer, como simples justificativa, algo pensado que tenha, forçosamente, que ser dito por escrito? Digo isso a título de provocação, baseada na acidez da pena do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860). Homem polêmico, criticava os eruditos - segundo ele, limitados a "aprender coisas nos livros", ou seja, "pensar o pensamento dos outros" - e elogiava os livres pensadores, que liam as coisas "diretamente no livro do mundo".


Permito-me, porém, pedir clemência a Schopenhauer. Afinal, suas críticas miravam os escritores que faziam da função um caça-níqueis. Com a permissão do filósofo, afirmo que não tratarei aqui dessa categoria de artistas. Falo sobre o ato de escrever apenas por escrever. Para expressar-se. Às vezes, sequer com a intenção de ser lido por alguém mais.


Pode parecer tolo, mas não é. É verdade que nem sempre a inspiração está presente quando estamos prestes a iniciar um texto. Muitas vezes, nem há sinal dela. E ainda assim insistimos, movidos por uma necessidade interior, misteriosa. Por vezes, a inspiração nos assalta bem no meio do esforço de escrever. E então, como já deve ter ocorrido a muitos "atrevidos" – como eu –, somos compelidos a rever tudo o que já foi posto no papel. As idéias já plantadas passam a carecer de sentido, clamando por um replantio, adubado, dessa vez, pela inspiração que chegou após a aragem do terreno fértil.


Mas escrever é assim mesmo, justificam os "atrevidos". Nem sempre é um ato movido pela inspiração plena. Também não é sempre que há musas por perto para nos abrir o apetite. Schopenhauer - ele de novo - recitava em sua obra que "a pena está para o pensamento assim como a bengala está para o andar". Mas se nos ocorre uma inspiração, talvez não seja de todo o mal emprestar-lhe uma "bengala" e evitar que ela nos escape.

Em outras ocasiões, embora dispostos a escrever, nos falta o brilhantismo. Característica, aliás, pouco popular entre os "atrevidos". Conhecemos casos de escritores dotados de verdadeiro brilhantismo. Há cânones da literatura que nos brindam com essa qualidade rara até mesmo em pequenas frases soltas. Para estes, permita-me o filósofo, o ato de escrever ultrapassa a questão de sobrevivência. É mais, até, que propriamente arte. Para eles, escrever é divino. Pena que esta seja uma sensação para poucos.

Voltando aos "atrevidos". Para estes, escrever pode parecer tão somente um passatempo. Algo como este texto, por exemplo: despido de qualquer enredo sensato ou lógico. O não-enredo, aliás, é outra característica forte em muitos textos, de variados estilos e autores. Recorro novamente a Schopenhauer: "poucos escrevem como o arquiteto constrói, primeiro esboçando o projeto e considerando-o detalhadamente. A maioria escreve como se joga dominó: às vezes segundo uma intenção, às vezes por mero acaso, uma pedra se encaixa na outra".

Retomamos, então, a pergunta inicial: por que escrever, se há tantas dificuldades em torno desse ato aparentemente simples? Quando nem sempre há inspiração, quase nunca há brilhantismo e, de resto, corremos o risco de produzir longos textos sem qualquer enredo a embasá-los? Ora, numa explicação mais simples, escreve-se apenas para passar o tempo. Ou - numa explicação mais nobre - para dar vazão a toneladas de pensamentos que costumam ficar presos na nossa cabeça, transformando-a em uma espécie de "penitenciária de idéias".

O ato de escrever, então, poderia ser comparado ao de cavar um túnel de fuga para essas idéias. Dar a elas a chance de liberdade, de ganhar o mundo. Sim, porque não há razão plausível para que permaneçam presas na mente, senão pelo triste fato de ninguém lhes haver oferecido alforria justa. E é bom que se diga: se a libertação das idéias demorar, um dia pode tornar-se inevitável que elas se rebelem, se amotinem, e, unidas por esse objetivo, forcem a sua própria saída.

Por isso, caríssimo leitor, não estranhe se, misteriosamente, se sentir compelido a lançar mão de papel e lápis, no meio de uma noite insone, ou enquanto dirige seu carro. Ou mesmo durante o expediente de trabalho. É claro que há ocasiões e cenários mais favoráveis à rebelião das idéias. Um bom filme, um livro interessante, uma vernissage. Quem sabe uma instigante peça de teatro. Ou um concerto?

A revolta, no entanto, pode também acontecer sem qualquer estímulo perceptível. Talvez, simplesmente durante uma boa conversa. O fato é que esse motim é sempre deflagrado por nós mesmos. Sozinhos e sem aviso prévio. Nem bem sabemos sobre o que escrever. Não há uma inspiração formada ainda. Muito menos uma onda de brilhantismo nos invadindo. Nem dispomos, sequer, de um bom enredo a ser desenvolvido. Muitas vezes não há enredo nenhum, na verdade. O que não evita de nos sentirmos compelidos a rabiscar qualquer coisa.

E, se depois de saciado o impulso, revisarmos o que foi escrito, é quase certo encontrar sobre o branco do papel apenas um punhado de frases desconexas. Algo quase ininteligível. Impensável, então, mostrá-lo a alguém mais. Ainda assim, não há motivo para espanto, raiva ou frustração. Muito menos justifica a precipitação de amassar e jogar o trabalho ao cesto.

Ele, ao menos, contém um item que vem somar-se à lista da não-inspiração, do não-brilhantismo e do não-enredo: a não-apoteose. É ela a responsável por nos deixar entediados, lendo e relendo os escritos num arroubo, embasbacados, sem compreender a nós mesmos. Como chegamos até ali? Onde está o nexo daquelas linhas soltas?

Pode, sim, acontecer uma não-apoteose. É até provável que, na maioria das vezes, ela ocorra. Afinal, a dificuldade de dar forma às idéias aflige até mesmo grandes autores. E não somente no papel, mas nas tintas e telas, nos écrans, nos blocos de pedra, nos palcos, nas notas musicais. É a não-apoteose dominando a arte.

Todavia, ainda que fiquemos insatisfeito com o resultado da nossa primeira investida no campo da escrita, não deixemos de guardar os textos, reservando para eles o alto de um armário ou um distante e obscuro fundo de gaveta. Um lugar só nosso, onde ninguém mais os encontre.

Um belo dia, quem sabe, arrumando a escrivaninha ou o armário, talvez em busca de um livro, uma conta pendente, um documento qualquer, não esbarramos neles? E então, aquilo que antes não nos dissera muita coisa – coisa alguma, na verdade – lido após um período de "repouso" pode nos surpreender. Nem que seja para lembrar que podemos, sim, escrever com liberdade.

Talvez assim, com aquele primeiro texto nas mãos, uma nova rebelião de idéias tenha lugar na nossa mente, transformando a não-inspiração em inspiração, em brilhantismo e enredo, garantindo, enfim, uma fantástica apoteose.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O que eles disseram sobre o "cinquentão"
















13/07/07 - Dia Mundial do Rock


"O Rock é a AIDS da música atual." Júlio Medaglia, maestro

"Não dura até Junho!"
Revista Variety de 1955, sobre o Rock and Roll

"O Rock and Roll é a marcha marcial de todos os delinqüentes juvenis sobre a face da Terra."
Frank Sinatra

"O Rock propõe uma manutenção eterna da juventude e isso é irreal. Ele fez parte da minha vida, mas passou."
Paulo Ricardo, pseudo-cantor, à Revista IstoÉ

"Tenho esperanças que o Rock vai evoluir e descobrir o quarto acorde, porque fazer música só com três acordes é difícil, né?"
Tom Jobim, em entrevista à revista Playboy, setembro de 1988

"I want to ride my bicycle. want to ride and run."
Meu pai, tentando, ao longo de mais de 20 anos, ridicularizar as letras das músicas

"O rock trouxe uma nova concepção de som e música."
Cazuza, numa redação escolar escrita em 1971

“O diabo é o pai do rock.”
Raul Seixas, cantor e mago do rock, que provou que a Bahia tem mais que apenas axé, meu rei

De volta ao mundo real
















"A realidade é apenas uma ilusão provocada pela ausência de drogas no organismo." Ivan Lessa, cronista

Pois é. Depois que encerrei o velho Polis et circensis, fiquei apenas com o blog de política - o Polis -, um universo muito mais surreal que o nosso.

Mas tinha perdido o espaço para publicar meus textos pessoais.
A solução foi criar este espaço, que decidi batizar com um nome ligado à música, outra de minhas paixões.
Primeiro, postarei os textos antigos, alguns selecionados do Polis et circensis. Depois virão os novos.
Espero que freqüentem e – quem sabe – até gostem...