O colunista da revista Rolling Stones, Paulo Terron, parece que não assistiu ao mesmo show de Paul McCartney que os recifenses viram no sábado. Ele criticou duramente o público, em tom arrogante e pejorativo, passando um recibo de incredulidade pelo fato de o Beatle ter escolhido o Nordeste, e não São Paulo ou Rio de Janeiro, para apresentar sua nova turnê no Brasil.
Após receber centenas de torpedos e posts de protesto, a Rolling Stone tirou a matéria do ar. Mas não a tempo dela ser capturada por várias pessoas.
Gostaria de lançar aqui uma campanha para que o dito jornalista voltasse para seus antigos afazeres na revista Capricho, onde eu soube que ele foi editor. Talvez se saia melhor por lá.
Para quem ainda não leu, eis o texto que a Rolling Stone tirou do ar:
"Não era dia de
jogo no estádio do Arruda, mas Paul McCartney teve de disputar uma
partida dura contra dois adversários em Recife, neste sábado, 21: o
calor excessivo e a plateia barulhenta e desinteressada de quase 50 mil
pessoas que ali estavam para abertura brasileira da turnê On The Run.
O ex-beatle
subiu ao palco às 21h35, com “Magical Mystery Tour” e, em poucos
minutos, já estava encharcado de suor. Mais do que isso, parecia
incomodado, passando a mão pelos cabelos e rosto constantemente, e, por
vezes, ficando com o olhar perdido nas pausas entre as canções. Entre
“Junior’s Farm” (tocada pela primeira vez em solo nacional) e “All My
Loving”, o britânico abandonou o blazer preto para revelar uma já também
molhada camisa branca.
McCartney fez
questão de anunciar que outra faixa, “The Night Before”, faria sua
estreia no Brasil. Mas o que poderia ser uma informação empolgante
acabou completamente perdida em um público que parecia mais interessado
em conversar e tirar fotos (não do show – mas uns dos outros). Em
momentos mais intimistas como na homenagem a John Lennon com “Here
Today”, chegava a ser difícil ouvir a música, abafada pela conversa em
alto volume no estádio.
Poucos momentos
roubaram a atenção dos pernambucanos por completo: as explosões e o
fogo de “Live and Let Die” foram mais barulhentos que o público,
enquanto os hits “Yesterday” e “Hey Jude” (com McCartney errando
discretamente a letra) colocaram as bocas dos pagantes à serviço do
show. “Povo arretado”, brincou o músico, em português, algumas vezes ao
longo das quase três horas de apresentação.
Já recuperado
do calor lá pelo meio da noite – quando a temperatura finalmente cedeu e
baixou -, Paul McCartney brilhou: dedicou a nova “My Valentine” à
“belíssima esposa Nancy” (mais uma vez na língua local) e lembrou,
apontando para o céu, que a canção seguinte, “Maybe I’m Amazed”, fora
escrita para Linda McCartney.
Na volta para o
bis final, Paul McCartney voltou ao palco com uma bandeira de
Pernambuco (o baterista Abe Laboriel Jr carregava uma flâmula de pirata,
inexplicavelmente) e fechou a noite com a explosiva sequência
“Yesterday”, “Helter Skelter” e “Golden Slumbers”/”Carry That
Weight”/”The End”. No sábado, o inglês venceu a partida. Mas no domingo,
22, o público de Recife terá revanche."
Faço aqui algumas tristes constatações:
ResponderExcluirEsse senhor realmente não assistiu ao mesmo show que nós recifenses assistimos.Se assistiu estava tão preocupado com a crítica pronta que esqueceu de apreciar um espetáculo de tamanha natureza.
Outra constatação que faço é que infelizmente o preconceito com os nordestinos ainda é muito forte em pessoas desprovidas de sabedoria,bondade, humildade e competência.
E por fim, quero dizer que é isso que dá a aprovação da lei que diz que não precisa de diploma para ser jornalista. Gente, um alguns anos na faculdade faz toda diferença.
bom, o problema é que ninguem realmente conhecia as músicas dele solo, e de fato tava quente pra merda, muito calor até para os próprios recifenses, mas em todo caso, no final todo mundo adorou o show, o pessoal fica se doendo demais, na minha opinião
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