segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Licantropia
















ou Sobre mulheres e lobos


* Escrito em 16/05/07

Esse é um tema deveras interessante, e, vez por outra, tenho ouvido - ou experimentado - algo a respeito. A mais recente conversa, travada, numa mesa de bar, versou sobre mulheres que porventura pareçam sofrer dessa síndrome. Um amigo tem certeza, inclusive, que casou com uma dessas, tamanhos são os surtos da moça. Prometi-lhe, então, postar algo sobre o assunto.

Uma tênue linha separa os conceitos folclórico e clínico desse tipo de distúrbio. A palavra vem do grego "lycos" (lobo) e "Anthropos" (homem), o que leva à associação imediata com o lendário bicho comedor de carne humana. Mas o problema é bem mais sério do que se pensa.

Enquanto na cultura popular a licantropia se limita à crença de que, durante a Lua cheia, algumas pessoas podem assumir uma personalidade animalesca, tornando-se agressivos (alguns, em nível assustador, acreditem), para a ciência, esse mal é bem mais pragmático.
Trata-se de um profundo distúrbio psiquiátrico que provoca um transtorno do senso de identidade. A licantropia atua, principalmente, sobre distúrbios afetivos e sobre pessoas esquizofrênicas.

Para estudiosos, a síndrome pode ser interpretada como uma tentativa de exprimir emoções suprimidas, especialmente de ordem agressiva ou sexual, muitas vezes por meio de uma reação dos instintos animais, ou mesmo assumindo uma identificação com um animal em particular.


O fato é que, no lado científico, a licantropia não depende da Lua cheia. Ou seja: quem sofre do mal, pode surtar em qualquer das fases lunares. E a crise, na maioria das vezes, precisa de medicação forte para ser controlada.

O problema é que a maioria das pessoas que sofre de licantropia sequer conhece a síndrome do lobisomem. E aí, pior para quem estiver por perto.

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